DOENÇA DE PEYRONIE - CURVATURA PENIANA
É a curvatura do pênis associada a processo de fibrose da túnica albugínea. Esta curvatura ocorre no momento em que o pênis está no estado de rigidez. Longe de ser uma condição rara, sua prevalência é estimada em 3,7% dos homens com mais de 40 anos. A apresentação clássica da doença de Peyronie se dá na 5ª década de vida, com o aparecimento súbito da curvatura peniana, podendo apresentar nódulos palpáveis na haste do pênis, dor e disfunção erétil. Seu acometimento pode determinar encurtamento do pênis e/ou deformidades diversas da haste peniana.
A doença de Peyronie apresenta duas fases distintas. A primeira é a fase aguda, na qual ocorre o processo de curvatura. Pode ocorrer também dor principalmente durante a ereção. Entender a fase da doença em que o paciente se encontra é fundamental no processo de decisão quanto aos possíveis tratamentos, especialmente diante pacientes candidatos à correção cirúrgica. Segue-se a fase crônica, na qual o processo de curvatura e a dor cessam. Diversas modalidades de tratamento são descritas na literatura: tratamento oral medicamentoso, tratamento tópico, injeção intralesional, cirurgias, terapia com ondas de choque e até o uso de extensores em alguns casos específicos. Os tratamentos mais recomendados na atualidade são o tratamento cirúrgico (corporoplastias) e a injeção intralesional. Antes de qualquer tratamento genital o paciente deve ser amplamente orientado sobre riscos envolvidos, como por exemplo: disfunção erétil, encurtamento, e demais questões específicas do tratamento proposto.
Dúvidas Frequentes
01.
A doença de Peyronie causa disfunção erétil?
Existe uma grande associação entre disfunção erétil e doença de Peyronie e uma série de hipóteses tentam explicar essa forte associação. Acredita-se que por efeito direto da doença ocorram alterações no mecanismo da ereção como a insuficiência arterial ou a falha no mecanismo veno-oclusivo. Alem destes fatores diretos, enxergamos a disfunção erétil (DE) como uma ocorrência multifatorial, e que sofre extrema influência de condições externas, que vão desde a saúde geral e disturbios do metabólicos (como a diabetes por ex. hipogonadismo), o avanço da idade, uso de medicações, tabagismo e até o impacto psicológico determinado pela doença e seu tratamento.
02.
Devo evitar contato sexual porque tenho Peyronie?
Não há contra-indicação a atividade sexual na doença de Peyronie. Curvaturas de intensidade leve, ou até mais intensas, onde não há impedimento a penetração, não necessitam de intervenção cirúrgica obrigatoriamente. O tratamento deve ser direcionado para pacientes que, de alguma forma, se sintam afetados pela ocorrência da curvatura, mesmo após orientação médica, acompanhamento psicológico e tentativas de adaptação da vida sexual.
03.
Meu pênis pode voltar a ficar reto?
A história natural da doença de Peyronie pode cursar com melhora, manutenção ou até piora progressiva da curvatura.
Sabemos que as chances de uma curvatura se corrigir de forma espontânea é extremamente baixa, sendo ainda menos após estabilização da placa, na fase crônica da doença.
Apesar de não haver grande espectativa de resolução espontânea de uma curvatura, outros sintomas como a dor tendem a desaparecer em todos os casos no decorrer de 01 ano de duração da doença.
Recomenda-se acompanhamento transdisciplinar desde o aparecimento dos primeiros sintomas.
04.
A dor no pênis é um sinal de doença em estágio grave?
Apesar de ser um dos sintomas mais comuns na doença de Peyronie, sua presença e intensidade não estão relacionados a gravidade da doença ou ao prognóstico evolutivo. Também não há associação com o grau/intensidade da curvatura.
A dor é um dos sinalizadores da fase aguda da doença, havendo melhora da dor na maioria absoluta dos casos em até 01 ano, independente de qualquer intervenção médica.
05.
A doença de peyronie é uma doença contagiosa?
Não. A hipótese mais aceita como causa da doença de Peyronie é de uma predisposição genética onde observa-se uma resposta inflamatória exagerada em resposta a microtraumas que ocorrem ao longo da vida durante a atividade sexual. Não existe qualquer relação entre a ocorrência da doença de Peyronie e doenças sexualmente transmissíveis. Sua ocorrencia tamném não está relacionada a neoplasias e não há qualquer risco de contágio.
06.
Implantar uma prótese peniana é uma boa solução?
O implante de uma prótese peniana só é indicado em casos de Disfunção erétil (D.E.) severa, onde não é possível alcançar a ereção natural. Só devemos considerar sua utilização após falha em resposta ao tratamento clínico da D.E. omo o uso de iPDE5 (tadalafila por ex) e até o uso de drogas intracevernosas como o Alprostadil.
Mesmo com o uso de dispositivos modernos como as próteses infláveis, a ereção determinada pela prótese peniana não é 100% similar a ereção natural e deve ser reservada para casos onde não existam outros caminhos adequados.